terça-feira, 24 de junho de 2014

Carta aberta ao jornalista Gilberto Lima

Prezado Gilberto Lima
                Em referência a postagem intitulada “Advogado lamenta adesão da família Isaac Dias ao grupo Sarney em São Bento” publicada em 22 de junho último em seu blog, de autoria do advogado Antonio C. Coelho, venho através desta, prestar os seguintes esclarecimentos:
1.     O ex-deputado e ex-prefeito de São Bento Isaac Dias, até o momento não emitiu nenhuma nota sobre seu posicionamento nas próximas eleições, mesmo estando respaldado, em face de sua conduta política e honrada postura de homem público praticada ao longo da vida, a tomar qualquer decisão que achar conveniente sem que isso venha denegrir seu histórico;
2.       É de bom alvitre lembrar que Isaac Dias sempre se manteve fiel aos seus princípios éticos e morais, dedicando toda sua vida ao grupo político que pertence, entretanto esse mesmo grupo, ao alcançar o apogeu com a vitória do Dr. Jackson Lago ao governo do Estado do Maranhão, o hostilizou, desconsiderando e desprezando todo o histórico de luta vivido por Isaac que naquela ocasião, recebeu tratamento de adversário. Em contrapartida, durante as batalhas políticas eleitorais em São Bento, toda equipe do governo do Dr. Jackson ajudou e trabalhou em favor dos antagonistas políticos de Isaac no município, beneficiando justamente aqueles que sempre estiveram do outro lado da trincheira da oposição;
3.       Não custa nada recordar que tratamento igual, recebeu o próprio jornalista Gilberto Lima, um defensor contumaz das causas da oposição ao longo de vários anos, que também foi hostilizado e humilhado pelo grupo que tanto defendeu, principalmente quando foi expulso das dependências da rádio Timbira, sendo inclusive ameaçado de prisão, num total desrespeito à sua dedicação às lutas oposicionistas;
4.       É publico e notório que na política, a base das articulações envolvendo líderes, lideranças e liderados surge nas disputas municipais e, consequentemente se estende às estaduais. Foi justamente partindo desse princípio que os advogados, o atual vice-prefeito de São Bento Isaac Dias Filho juntamente com o prefeito Carlos Alberto Lopes Pereira – Carrinho Muniz do PSDB, passaram a tomar suas decisões políticas concernente ao pleito eleitoral que se aproxima;
5.       Com o advento da eleição para prefeito de 2012, esse mesmo grupo que figura como oposicionista no cenário da política estadual, certamente não acreditando na vitória de Carrinho e Isaac Filho, numa clara demonstração de desprezo aos seus autênticos aliados, optou por abraçar e investir nos opositores dos dois advogados naquela disputa eleitoral em São Bento. Eram desses pseudo aliados de longas datas que Carrinho Muniz e Isaac Dias Filho tanto esperavam apoio e solidariedade. E num momento crucial da campanha para prefeito, todos viraram-lhe as costas, prestando sim, apoio incondicional aos adversários de Isaac e Carrinho no município;
6.       As articulações, concessões e estratégias são práticas comuns na política e foi usando desses artifícios que o vice-prefeito Isaac Dias Filho, com o suporte de várias outras lideranças da baixada maranhense, franqueou o seu nome, pleiteando a vaga da segunda suplência na chapa do deputado Gastão Vieira ao senado. A articulação nesse caso consiste em chamar a atenção do mundo político do Maranhão para mostrar que a baixada tem sim potencial e precisa ser valorizada na sua verdadeira essência; O fato de focar na ‘segunda suplência’ é uma forma decente de respeitar a ordem natural das composições políticas que movem o processo eleitoral. A estratégia é atrair para a própria região as atenções para que sejam feitos investimentos que o povo baixadeiro de fato merece;
7.       Com todo respeito ao advogado Antonio Coelho, não o vejo com respaldo para tecer críticas à postura de Isaac Filho e seus familiares e muito menos tentar se vangloriar de uma oposição da qual ele nem sempre fez parte. Durante as batalhas politicas eleitorais em São Bento não me lembro de ter visto o Sr. Antonio C. Coelho em defesa das causas políticas e sociais de Isaac Dias no município, pelo contrário, ele esteve alinhado por um bom tempo àqueles que integravam o grupo político que hoje ele condena.

            Como defensor ferrenho da democracia que nos dá o direito de expor nossas opiniões sempre primando pela ética, mas acima de tudo de respeitar as decisões políticas e pessoais das outras pessoas, aproveito para manifestar ao nobre jornalista e acima de tudo amigo Gilberto Lima, em nome de toda família Dias, minhas sinceras considerações e profunda admiração.
Atenciosamente

Isanilson Dias

Jornalista e orgulhosamente filho de Isaac Dias 

quinta-feira, 5 de junho de 2014

A Copa que não é nossa


Por João Eichbaum
O Brasil serviu um banquete para os organizadores da Copa do Mundo e a FIFA se serviu dele como bem quis. Ela começou com uma varredura na lei que proíbe a venda de bebida alcoólica nos estádios. Durante a Copa pode, mas só a cerveja liberada pela Fifa. Para as outras bebidas alcoólicas continua valendo a lei.
Depois vieram as ordens para que tudo fosse feito de acordo com o padrão Fifa. E se seguiram as marcas e patentes exclusivas, o fim da burocracia para os interesses dela, o que se pode e o que não se pode vender nos estádios, o que se pode e o que não se pode veicular como propaganda, as palavras que não se podem pronunciar. Até no direito de ir e vir a Fifa mexeu. A serviço dela estará a PM, revistando e interceptando quem não gosta de futebol, mas passa perto do estádio.
Tudo isso porque o Brasil não tem mais futebol na vitrine. O mundo não está mais nem aí para o futebol brasileiro. Passou-se o tempo em que os tupiniquins eram os artistas, os mestres, os gênios que encantavam plateias. Já não existem Pelés, Leônidas da Silva, Domingos da Guia, Garrinchas, para ficar só nesses nomes, que pontificavam com a bola nos pés, entortando a coluna dos gringos. Dos nossos espetáculos de futebol já não emana aquele brilho intenso de outrora. A luminosidade fátua de um ou outro jogador é tragada pelos escândalos.
O que está em foco é o mal administrado país, entregue a gangues políticas, a senhores feudais que seduzem os pobres, a estelionatários que urdem falsas verdades com mentiras explícitas. A Copa, como evento esportivo, como festa internacional do esporte, está perdendo lugar nas manchetes internacionais. O que se exibe aos olhos do mundo é o retrato de um país incompetente e desastrado, onde a ordem é o caos. Ao invés da exaltação dos grandes feitos do futebol brasileiro, a mídia estrangeira está mostrando as misérias do Brasil.
A violência, a criminalidade, a pobreza, a corrupção, a falência dos sistemas de saúde e educação, o “pau” quebrando na rua, a desorganização e a irresponsabilidade em geral, o sumidouro do dinheiro público, a morte chegando com vaso sanitário na cabeça ou nos desabamentos de construções para a Copa são as pautas que dominam o noticiário sobre o Brasil.
Nem o Vaticano deixou de dar o seu “pitaco”, embora, nesse campo, esteja sem a autoridade e a isenção que o tema exige. Semana passada, ao alertarem o mundo inteiro sobre a exploração sexual, os porta-vozes de Deus mencionaram especialmente o Brasil, para onde acorrerão turistas ligados ao futebol e gringos loucos por mulheres e bumbuns tropicais.
Esse é o palco do espetáculo que o Lula ofereceu para o mundo, crente de que o povo se deixa engambelar por pão e circo, (leia-se Bolsa-família e futebol pelo telão HD financiado com o programa “Minha Casa, Minha Vida”). Deu no que deu: a vinda de um colonizador da FIFA, chamado Jerôme Valcke, para fazer os subdesenvolvidos levantarem do berço esplêndido. E a mídia com o olho em cima, mostrando que o Brasil não leva jeito.