Sebastião Jorge com Isaac Dias, Bitinha e alguns filhos e netos do casal. |
Vivi um momento de imensa alegria e satisfação, quando formulei o
convite a uma pessoa para a solenidade de lançamento do livro “Isaac Dias – A saga
de um sonhador” de autoria de minha mãe Bitinha Dias. Trata-se do senhor
Sebastião Jorge, amigo de infância do meu pai, que me deixou deveras emocionado
ao relatar sobre as proezas vividas por eles na adolescência. Fatos
corriqueiros como jogar bola após as aulas, paquerar as meninas recatadas
durante as festas tradicionais e ainda, a consolidação da amizade quando, o já
conceituado jornalista Sebastião Jorge acompanhava o deputado Isaac Dias em
seus discursos esfuziantes no parlatório da Assembleia Legislativa do Maranhão
na década de 70.
Sebastião Jorge na solenidade de lançamento do livro de Bitinha Dias. |
Aproveito esta ocasião para agradecer, em nome de toda família Dias, ao nobre Professor Emérito da UFMA, jornalista e advogado Sebastião Jorge pela Crônica de sua autoria, publicada no Jornal O Imparcial na edição do dia 10 de agosto passado – domingo, que tenho o prazer de republicar abaixo.
São Bento, bom exemplo.
Sebastião
Jorge (*)
Nesta selva de pedra da política maranhense,
ainda existem sobreviventes nos quais, aqueles que participam dessa atividade,
com idealismo, podem se espelhar, para mais bem cumprir a missão. Sobrando-lhes
inteligência deveriam os interessados seguir os exemplos daqueles que possuem
conduta ética, honestidade e fazer com garra.
Como jornalista eu creio na importância do
que vejo e não naquilo do ouvir dizer. Isto, para uma avaliação correta a
respeito de homens e obras públicas. Sou desconfiado na apuração dos
dados. Não gosto de fazer crítica ou
avaliação injusta. A minha conduta se pauta desse jeito. Valorizo a verdade e
desprezo a versão. Faço o que manda a consciência. Considero os exemplos
corretos. Um incentivo e prestígio à política e políticos. Muito se critica às
vezes necessário, e pouco se elogia.
Estive na última semana em São Bento e
encontrei-me com os amigos especiais, aliás, os ex-prefeitos, Isaac (essa
legenda viva), e Bitinha Dias (hoje, apenas cidadãos). Deram-me muita alegria.
Foi um feliz encontro o retorno à terra em que nasci. Isaac aniversariou no dia dois (77 anos) e
mereceu uma comemoração digna de uma figura de destaque da política no
estado. Para consagrar à data a esposa
Bitinha lançou o livro “A Saga de um sonhador”, que eu transformaria na luta de
um vencedor.
O livro enaltece as qualidades e o idealismo
desse ser político por excelência ao mostrar-lhe as entranhas da proeza em
realizar. O que de princípio seria impossível, com ou sem verba. Quando
necessário meteu a mão no bolso e aplicou nos serviços que beneficiariam as
comunidades carentes. Compromisso é compromisso e levava a sério.
Ninguém, positivamente credenciada para
escrever a obra que Bitinha, que o acompanha no dia a dia ao trabalhar ao seu
lado. Com ele desfraldou dos bons e maus momentos. Identificação perfeita no
pensar e agir. O livro, escrito com simplicidade e sem firulas literárias, atingiu
o objetivo. Mostrou o retrato por inteiro de um político consciente das
responsabilidades e com uma capacidade de trabalho incomum.
“A saga de um sonhador” dá uma ampla visão
sobre o método do fazer política de Isaac Dias e a habilidade de compor
situações complexas, ainda que, com opositores. Em se tratando de defender e
reivindicar pleitos para sua terra tudo era possível. A cidade pela gama de
realizações mudou radicalmente. Tem outra feição. Serve de modelo para quem
deseja implantar dinâmica idêntica.
O espaço é pequeno para relacionar tantos
trabalhos executados, com ênfase na educação, criação de escolas estendidas aos
povoados; tecnologia, na década de 80, quando
computador era uma interrogação,
São Bento dispunha de um centro tecnológico; saúde, implantação de hospital
modelo, postos de saúde, e aquisição de uma ambulância móvel; moradia,
conjuntos residenciais populares; lazer, praça de eventos, ginásio poliesportivo; rodoviária e a entrada da cidade tem um
visual bonito.
É agradável retornar de onde se veio. Manter
contato com antigos amigos. Olhar a casa de nascimento e o pé de goiaba branca que
me ajudava a pular o muro, fugido, para
jogar bola na rua, os quais não existem. Nada contra uma cidade que mudou
radicalmente, mas dói não se ouvir o canto das pipiras, expulsas do habitat
natural.
Ainda bem ter ouvido o sino da igreja.
Observei, ao cair da tarde, o velho hábito de colocar cadeiras na porta para
uma conversa entre vizinhos e amigos. Fui à Bacurituba, 15 minutos de viagem e
olhei um campo inundado de peixes e pescadores felizes. Obra de dragagem da
ex-prefeita Bitinha. Velha ou nova a cidade de São Bento será sempre uma
lembrança.
(*) Professor Emérito da UFMA, jornalista e
advogado.
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