terça-feira, 12 de agosto de 2014

“São Bento, bom exemplo” Crônica do professor, jornalista e advogado Sebastião Jorge publicada no Jornal O Imparcial

Sebastião Jorge com Isaac Dias, Bitinha e alguns filhos e netos do casal.
Vivi um momento de imensa alegria e satisfação, quando formulei o convite a uma pessoa para a solenidade de lançamento do livro “Isaac Dias – A saga de um sonhador” de autoria de minha mãe Bitinha Dias. Trata-se do senhor Sebastião Jorge, amigo de infância do meu pai, que me deixou deveras emocionado ao relatar sobre as proezas vividas por eles na adolescência. Fatos corriqueiros como jogar bola após as aulas, paquerar as meninas recatadas durante as festas tradicionais e ainda, a consolidação da amizade quando, o já conceituado jornalista Sebastião Jorge acompanhava o deputado Isaac Dias em seus discursos esfuziantes no parlatório da Assembleia Legislativa do Maranhão na década de 70.
Sebastião Jorge na solenidade de lançamento do livro de Bitinha Dias.
Meu primeiro contato com o Sr. Sebastião Jorge aconteceu em uma tarde agradável na varanda de sua residência em São Luis. Ali, pude comprovar que uma amizade pura e sólida, não se deixa abalar pelo tempo ou distância. Assim como acontece com todas as amizades fieis construídas por Isaac Dias ao longo de sua vida, com Sebastião Jorge não seria diferente, pois aqui cultivamos o hábito em praticar e dizer que “amigo do meu pai é meu amigo”. 
Aproveito esta ocasião para agradecer, em nome de toda família Dias, ao nobre Professor Emérito da UFMA, jornalista e advogado Sebastião Jorge pela Crônica de sua autoria, publicada no Jornal O Imparcial na edição do dia 10 de agosto passado – domingo, que tenho o prazer de republicar abaixo.
                             
São Bento, bom exemplo.
                                                      Sebastião Jorge (*)
                                                     
Nesta selva de pedra da política maranhense, ainda existem sobreviventes nos quais, aqueles que participam dessa atividade, com idealismo, podem se espelhar, para mais bem cumprir a missão. Sobrando-lhes inteligência deveriam os interessados seguir os exemplos daqueles que possuem conduta ética, honestidade e fazer com garra.
Como jornalista eu creio na importância do que vejo e não naquilo do ouvir dizer. Isto, para uma avaliação correta a respeito de homens e obras públicas. Sou desconfiado na apuração dos dados.  Não gosto de fazer crítica ou avaliação injusta. A minha conduta se pauta desse jeito. Valorizo a verdade e desprezo a versão. Faço o que manda a consciência. Considero os exemplos corretos. Um incentivo e prestígio à política e políticos. Muito se critica às vezes necessário, e pouco se elogia.
Estive na última semana em São Bento e encontrei-me com os amigos especiais, aliás, os ex-prefeitos, Isaac (essa legenda viva), e Bitinha Dias (hoje, apenas cidadãos). Deram-me muita alegria. Foi um feliz encontro o retorno à terra em que nasci.  Isaac aniversariou no dia dois (77 anos) e mereceu uma comemoração digna de uma figura de destaque da política no estado.  Para consagrar à data a esposa Bitinha lançou o livro “A Saga de um sonhador”, que eu transformaria na luta de um vencedor.
O livro enaltece as qualidades e o idealismo desse ser político por excelência ao mostrar-lhe as entranhas da proeza em realizar. O que de princípio seria impossível, com ou sem verba. Quando necessário meteu a mão no bolso e aplicou nos serviços que beneficiariam as comunidades carentes. Compromisso é compromisso e levava a sério.
 Ninguém, positivamente credenciada para escrever a obra que Bitinha, que o acompanha no dia a dia ao trabalhar ao seu lado. Com ele desfraldou dos bons e maus momentos. Identificação perfeita no pensar e agir. O livro, escrito com simplicidade e sem firulas literárias, atingiu o objetivo. Mostrou o retrato por inteiro de um político consciente das responsabilidades e com uma capacidade de trabalho incomum.
“A saga de um sonhador” dá uma ampla visão sobre o método do fazer política de Isaac Dias e a habilidade de compor situações complexas, ainda que, com opositores. Em se tratando de defender e reivindicar pleitos para sua terra tudo era possível. A cidade pela gama de realizações mudou radicalmente. Tem outra feição. Serve de modelo para quem deseja implantar dinâmica idêntica.
O espaço é pequeno para relacionar tantos trabalhos executados, com ênfase na educação, criação de escolas estendidas aos povoados; tecnologia, na década de 80, quando  computador  era uma interrogação, São Bento dispunha de um centro tecnológico; saúde, implantação de hospital modelo, postos de saúde, e aquisição de uma ambulância móvel; moradia, conjuntos residenciais populares; lazer, praça de eventos, ginásio poliesportivo;  rodoviária e a entrada da cidade tem um visual bonito.
É agradável retornar de onde se veio. Manter contato com antigos amigos. Olhar a casa de nascimento e o pé de goiaba branca que me ajudava a pular o muro, fugido,  para jogar bola na rua, os quais não existem. Nada contra uma cidade que mudou radicalmente, mas dói não se ouvir o canto das pipiras, expulsas do habitat natural.

Ainda bem ter ouvido o sino da igreja. Observei, ao cair da tarde, o velho hábito de colocar cadeiras na porta para uma conversa entre vizinhos e amigos. Fui à Bacurituba, 15 minutos de viagem e olhei um campo inundado de peixes e pescadores felizes. Obra de dragagem da ex-prefeita Bitinha. Velha ou nova a cidade de São Bento será sempre uma lembrança. 
(*) Professor Emérito da UFMA, jornalista e advogado.   

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