O passado e o presente na brilhante interpretação de Sebastião Nery

Sebastião Nery é uma verdadeira enciclopédia viva da política brasileira. Entre tantos outros o artigo abaixo publicado na sua página eletrônica no último dia 30/abril é algo que podemos descrever como excelente! É o passado e o presente num comparativo magistral:

O GEISEL DE SERGIPE
RIO – Dia 1º de abril de 1977, consagrado à mentira nacional, onze da manhã, o coronel José Maria de Toledo Camargo, assessor de Imprensa da Presidência da República, começava a distribuir aos jornalistas, no Palácio do Planalto, um maço de cópias xerografadas, com três linhas e três itens. Era a Ato Complementar nº102, decretando o recesso do Congresso.
Do outro lado da Praça dos Três Poderes, o presidente do Senado, Petrônio Portela, toma conhecimento, fica perplexo, telefona ao Planalto:
- É necessária uma comunicação formal ao Congresso.
Ao meio-dia em ponto, entra no edifício das duas conchas o subchefe da Casa Civil, Alberto Cunha, com o texto do Ato C. 102, acompanhado de um ofício de cinco linhas, assinado pelo presidente Ernesto Geisel:
“Tenho a honra de comunicar” ....

BIONICOS
Usando o pretexto da Reforma do Judiciário, Geisel fez o “Pacote de Abril” de 77 e pôs o Congresso em recesso, só para criar os “senadores bionicos”, uma vingança tardia contra a surra que seu governo levou três anos antes, em 74, quando o MDB elegeu 16 senadores e a Arena só 6. O ministro Ayres Brito, o Geisel de Sergipe, presidente do TSE, nem precisou fechar o Congresso para criar seus“governadores biônicos”
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